A birra é uma explosão de raiva muito comum em crianças de 1 a 3 anos de idade. Ela faz parte do processo de maturação do cérebro. Ou seja, é um comportamento biologicamente normal, mas nada aceitável socialmente, o que faz os pais, muitas vezes, perderem a cabeça e não saberem como agir.
Neste artigo, vamos explicar por que de uma hora para a outra as crianças se jogam ao chão, gritam e choram. Você vai ver também como prevenir estes episódios e vai conhecer as três regras de sucesso para aplicar diante da birra de seu filho. Boa leitura!
O que é a birra?
Como citamos acima, a birra é um comportamento resultado do desenvolvimento do cérebro. Este órgão só atinge o amadurecimento pleno por volta dos 20 anos de idade. Até lá, diversas ligações de neurônios são realizadas para que o cérebro possa comandar todas as nossas funções motoras, cognitivas e socioemocionais.
A birra, então, é uma resposta de um cérebro imaturo que ainda não sabe lidar com as emoções e os sentimentos. Assim, situações potencialmente estressantes como fome, exaustão, cansaço, frustração, exposição a ambientes barulhentos ou com muita gente fazem o cérebro da criança liberar adrenalina e cortisol. Estes hormônios são os responsáveis pelos ataques de fúria dos pequenos.
Apesar de este comportamento incomodar quem está presenciando a cena, a birra reflete que a criança está em pleno desenvolvimento, já que demonstra ter a própria personalidade a partir da expressão da vontade dela.
A birra costuma ser mais intensa entre 1 e 3 anos de idade. Porém, ela pode se prolongar até os 6 anos e, se pais, responsáveis e professores não souberem como orientar as crianças, estas explosões de raiva podem perdurar até a fase adulta.
Por isso, é essencial sabe como agir diante da birra das crianças. Veja, a seguir, as três regras de sucesso.
3 regras de sucesso para aplicar diante da birra das crianças
1 – Silêncio pró-ativo
Na maioria das vezes, a birra acontece em lugares que nos desestabilizam. Ou seja, não é dentro de casa, onde está só você e seu filho. Geralmente, há estranhos presenciando a cena e isso faz com que as nossas emoções também sejam confrontadas. Então, se agimos no impulso, acabamos perdendo a cabeça e tomamos atitudes não-saudáveis.
Desta forma, a primeira regra é: respire fundo e silencie-se.
Tente entender qual é a causa da birra e tenha empatia pela criança. Depois disso, é hora do próximo passo.
2 – Valide o sentimento da criança
Ela está fome? Está cansada? Está frustrada? Após identificar o motivo da birra, diga à criança o que ela está sentindo e que você entende que é ruim estar com fome, sono ou ouvir um “não”.
Nomear as emoções é acolher. Experimente dar um abraço. Essa ação é poderosa para controlar o ataque de fúria.
3 – Solucione o problema ou redirecione a criança
Atenção! Solucionar não é ceder ao desejo da criança. A solução deve ser para os casos de fome e cansaço, por exemplo.
Mas, se o motivo da birra for porque o pequeno quer brincar mais no parque e já é hora de ir embora, você deve seguir o que foi combinado.
Justifique à criança o motivo de vocês terem que ir embora. Isso significa que ela vai parar de chorar? Não. Mas, esse processo é fundamental para que ela desenvolva as próprias ferramentas para lidar com a frustração.
A dica é redirecioná-la, ou seja, apresentar algo para desviar o foco do estresse. Você pode dizer, por exemplo, que ao chegar em casa vocês vão poder tomar um banho e brincar de espuma no chuveiro.
Muitas vezes, acabamos cedendo aos desejos da criança porque estamos sem paciência no momento ou com pressa para chegar a algum compromisso. Mas, quando agimos assim, ensinamos ao cérebro dela que a birra é a atitude correta para ela ter o que deseja e, desta forma, só reforçamos este mal comportamento.
Agora que você já aprendeu como agir diante da birra, veja que há formas de preveni-la. Acompanhe o próximo tópico.
Como prevenir a birra
Rotina e previsibilidade são dois fatores essenciais para prevenir novos episódios de birra, principalmente no caso das crianças pequenas.
Por isso, evite mudar a rotina de alimentação e de sono da criança. Se ela for enfrentar alguma situação diferente, como ir a um lugar com muitas pessoas e barulho, converse previamente com ela. Explique o que vai acontecer lá e que se ela se sentir incomodada, pode lhe avisar. Nesta conversa, olhe nos olhos da criança. Isso transmite segurança e confiança.
Se você sabe o que desencadeia a birra, faça combinados. Por exemplo: se vocês vão ao shopping e sabe que o pequeno sempre pede para comprar um brinquedo, já combine com antecedência que você não vai comprar nada. Isso não garante que ele não vai lhe pedir algo.
Pelo contrário, é quase certo que, chegando lá, a criança vai insistir para ter o que deseja. Nessa hora, você vai olhar nos olhos dela e dizer: “Lembra do que combinamos?”. Se mesmo assim a birra acontecer, siga as três regras citadas acima.
E quando a birra se torna agressiva?
Em alguns casos, a criança pode mais do que gritar e se jogar ao chão, ela pode ter um comportamento agressivo. Quando isso ocorrer, os pais e ou responsáveis devem estabelecer o limite, falando claramente e olhando nos olhos da criança “não pode”.
Acolha, explique o motivo e redirecione a criança. Dizer apenas “não” pode não ter sentido para o pequeno. É preciso explicar: “não faça isso porque se não você vai machucar o amigo”.
Entretanto, é preciso estar alerta a birras muito frequentes ou comportamentos agressivos, pois eles podem estar relacionados a algum tipo de problema que a criança está enfrentando. Pode ser tanto um motivo físico, como uma intolerância à lactose, por exemplo, ou algo psicológico como o bullying.
Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo Criança agressiva: identifique a causa e saiba como agir.
E, caso seja necessário, procure ajuda de um pediatra ou psicólogo para lhe orientar.
Seja exemplo de bom comportamento para seu filho
Lembre-se sempre de que os filhos têm os pais como principais exemplos de vida. Então, se você não deseja uma criança birrenta em casa, policie suas atitudes nos momentos de estresse e de raiva. Evite manifestações exacerbadas como bater portas e jogar objetos no chão, principalmente, na frente dos pequenos.
Eles nos observam a todo tempo e repetem as nossas atitudes. Então, foque em ensiná-los a ter autocontrole e a fazer uma boa gestão das emoções.
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